Neste texto apresento alguns
conceitos relacionados à linguagem e comunicação dos surdos e com os surdos. Tratam-se,
no entanto, de descrições breves e iniciais. Para os interessados, há muito
material disponível sobre cada um desses temas. Caso deseje saber mais, ficarei
contente em indicar outras leituras. É só pedir!
Surdez Pós-lingual – é a surdez adquirida, de forma progressiva ou súbita, após a
aquisição da linguagem. O surdo pós-lingual pode se expressar oralmente, embora
o tempo de surdez e a falta de retorno auditivo possam afetar a produção de
alguns fonemas, tornando a compreensão de sua fala mais complicada.
Surdez Pré-lingual – é a surdez congênita, isto é, a pessoa nasce
surda, ou adquirida muito cedo, antes do desenvolvimento da linguagem oral. Ambas
podem ocorrer por fatores genéticos, por sequela de infecções, por intoxicação
por uso de determinados medicamentos, por síndromes diversas e por vários
outros fatores.
Língua de Sinais, LS – é uma língua que se constrói a partir de sinais feitos principalmente
com as mãos. O significado dos sinais varia de acordo com a configuração das
mãos, suas posições em relação ao corpo e os movimentos que elas realizam,
aliados à expressão facial e corporal de quem sinaliza. A língua de sinais não
é uma tradução da linguagem oral. Ela tem uma estrutura própria. Uma língua de
sinais pode ser usada pra descrever situações, narrar acontecimentos, expressar
pensamentos abstratos e sentimentos complexos, ou seja, é uma língua como
qualquer outra.
Língua Brasileira de Sinais, LIBRAS – como o nome já diz, é língua de
sinais utilizada no Brasil. Cada país tem a sua língua de sinais, por exemplo,
na França ela é chamada de Langue de Signe Française, LSF, e nos Estados
Unidos, de American Sign Language, ASL. Desde 2002, a LIBRAS é a segunda língua
oficial do Brasil. Assim como o português, a LIBRAS também apresenta variações
regionais e mesmo entre diferentes grupos de idade. Ela é uma língua viva, que
incorpora novas palavras e conceitos para dar conta das necessidades e desejos
de comunicação entre seus usuários.
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Leitura Orofacial, LOF – mais conhecida como leitura labial, é empregada como forma de
compreender o que é dito pelo outro a partir do movimento e posicionamento dos
lábios, língua e bochechas. Às vezes, sem perceber, todos nós fazemos um pouco
de leitura labial para complementar as informações que não são percebidas pela
audição. Isso quer dizer que ela pode ser aprendida de forma espontânea, mas
seu uso como meio principal de compreensão requer muito treino e uma grande
capacidade de concentração. A LOF ajuda o surdo a se comunicar com ouvintes quando um ou ambos não são fluentes em língua de sinais. Ela pode ser facilitada ou dificultada por diversos
fatores como a velocidade da fala, a posição do falante, a iluminação do
ambiente ou a presença de objetos que atrapalhem a visão, como microfones, por
exemplo.
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